«A escrita da Ode Triunfal e das outras Odes liberta no jovem franzino, inibido, tímido, casto, caseiro, energias incríveis, que, há que reconhecê-lo, já existiam nele. Porque, afinal, mesmo que ele esteja só a «fingir», não será necessária tanta força para gritar uma dor ou um prazer imaginários como para exprimir uma dor sincera ou um prazer verdadeiro? Campos é o duplo extrovertido de Pessoa. Os gritos, as injúrias, os «palavrões», ou as «grandes palavras» que o autor «ortónimo» não poderá nunca fazer sair da sua caneta ou da sua boca, profere-os o engenheiro a todo o momento, sem se coibir.»Robert Bréchon. Estranho Estrangeiro - Uma biografia de Fernando Pessoa. Lisboa: Quetzal, 1996, p. 253.