Ficheiro de citações bibliográficas sobre a obra de Fernando Pessoa

Modernismo

«Campos apresenta-se logo de início como o vate da era industrial, da violência da vida e do expressionismo mais concreto. Virando as costas à antiguidade de que Reis é o grande apaixonado, ele pretende ser resolutamente moderno. À beleza apolínea ele opõe a beleza dionisíaca, a que os surrealistas em breve chamarão «convulsiva». À suspensão do julgamento e à recusa de qualquer compromisso com o real, ele prefere o compromisso total no espaço e no tempo; ele quer «viver ao extremo», conhecer «o estado supremo da vertigem», e, acima de tudo - será essa a sua divisa -, «sentir tudo de todas as maneiras». Mas esta embriaguez de viver é ambígua: a luz é «dolorosa», ele «range os dentes»; viver é uma doença que arranca o ser a esta morte que é a existência quotidiana.»
Robert Bréchon. Estranho Estrangeiro - Uma biografia de Fernando Pessoa. Lisboa: Quetzal, 1996, p. 252.

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