«Para Pessoa, o interseccionismo deriva do sensacionismo, do qual, diz ele, representa um caso especial. «...Sensationism pretends [...] to realise in art a decomposition of reality into its psychic geometrical elements. [...] Intersectionism: the sensationism that takes stock of the fact that every sensation is really several sensations mixed together.» Podemos seguir nele a evolução do pensamento interseccionista através da correspondência com o seu amigo Côrtes-Rodrigues. A 4 de Outubro de 1914, ele participa-lhe a sua decisão de tentar divulgar a nova estética, já não, como tinha pensado ao princípio, através da criação de uma nova revista, mas pela edição de uma Antologia do Interseccionismo, que reuniria textos dos seus amigos Sá-Carneiro, A. P. Guisado e Côrtes-Rodrigues, de Álvaro de Campos (a quem, nesse caso, seria atribuída Chuva Oblíqua), e, bem entendido, do próprio Pessoa.»
Robert Bréchon.
Estranho Estrangeiro - Uma biografia de Fernando Pessoa. Lisboa: Quetzal, 1996, p. 276.
